Aprender não é executar!
Hey, vamos estudar mais um pouquinho sobre
aprendizagem?
Antes de tudo, gostaria de informar que grande parte do que estarei trazendo pra vocês neste post, foi guiado pelo livro O processo de aprendizagem e seus transtornos, caso desejem vocês
podem então acompanhar e se aprofundar mais no assunto. A princípio estudei especificamente o
capítulo dois para o nosso texto de hoje.
Gurizada, vocês precisam entender que a aprendizagem
é um processo complexo e que pode ocorrer de inúmeras formas. Ao concluirmos que aprendizagem é um
processo, isso automaticamente remete a contínuas etapas ou fases. Bom, a aprendizagem pressupõe de modo geral,
uma modificação externa, de tipo físico (no
comportamento), produto de outra
modificação interna, ou seja, psicológica, que nos permite alcançar determinado
objetivo. Só podemos considerar
aprendizagem se houver uma modificação interna adequada e estável que origine o
aprendizado.
Quanto as
etapas, podemos ver claramente o exemplo de uma criança, pois ela tende a aprender
por etapas cronológicas, ou seja, aos três anos ela irá aprender aquilo
que uma criança com 3 anos está apta para aprender, existem momentos compatíveis
para que ocorra determinado tipo de aprendizado. Quando um bebê nasce ele logo
em seguida já aprende a sugar, visto que é assim que ele irá se alimentar, todavia
ele não aprende a engatinhar ou ficar em pé nesse primeiro momento, pois ainda
não está apto para isso, entendem?
Uma
criança portadora de alguma síndrome, possui capacidades cognitivas diferentes
para poder aprender, então provavelmente terá um processo de aprendizagem um
pouco mais demorado, e é aqui que está a importância de proporcionar estímulos
corretos à criança para não causar problemas que futuramente podem ser
irreversíveis, isto é, se um aluno possui problemas cognitivos severos e o
professor o chama de burro, isso pode afetar muito a sua psique, a ponto de
causar traumas que provavelmente serão levados durante a vida inteira. Como educadores,
estamos lidando quase que com uma tabula rasa. Podemos tornar nossos alunos em
adultos com muita capacidade de aprender ou com muita dificuldade, cabe a nós
trazer estabilidade a eles.
A escola de Vygotsky e Piaget, trata muito do critério interacionista e construtivista, onde através da interação é possível construir o conhecimento. Por meio das relações com o ambiente e com outras pessoas o sujeito vai construindo seus conhecimentos, vai aprendendo sobre valores, atitudes, leis, costumes, e etc.
Nascemos aprendendo e vamos morrer aprendendo.
Vale lembrar que: Aprender não é executar! Uma
máquina pode lavar as nossas roupas, nós precisamos apenas programá-la para
executar este determinado comando e ela executará, todavia ela não será capaz
de saber o porquê de estar fazendo tal coisa, ela consegue somente executar,
não aprender.
A reforma
industrial trouxe a ideia de que o importante é executar, sem precisar pensar
ou entender, só executar e ponto final, pregando assim o dito analfabetismo
funcional, ou seja, eu faço, mas não sei o porquê de estar fazendo.
Entretanto, se um aluno sabe executar uma coisa, não significa que ele a
aprendeu, portanto, o problema do método de avaliação passa a ser a maneira
como muitas vezes ele é feito, num propósito de cobrar apenas a execução. A criança
aprende replicando o que vê e ouve, mas o correto é que ela execute as coisas
tendo consciência do que está fazendo, portanto, a aprendizagem se dá da
seguinte forma:
eu aprendo, eu executo e eu sou capaz de entender o que eu estou fazendo, pois
isso possui um significado para mim.
A música
8 anos, de Adriana Calcanhoto, traz à tona a curiosidade e a vontade insaciável
que uma criança de oito anos tem de aprender. Quando somos pequenos, nós
queremos aprender tudo sobre tudo, questionamos um milhão de coisas, tentamos
entender, fazemos perguntas e depois ainda interrogamos as respostas.
Quando crianças nós temos esse encantamento de mundo, que infelizmente se perde
conforme crescemos, nada mais nos encanta nem nos interessa saber. E
sabem por quê?
Porque aqueles que nos ensinam, ficam confortáveis quando somente propõem o que
devemos aprender, ao invés de nos ensinar aquilo que nos interessa e nos
encanta saber.
Passamos a ser limitados por uma perspectiva de boletins e conteúdos inúteis de
vestibular.
Ao
avaliarmos um aluno comparando o seu resultado com os resultados dos demais
colegas, estamos fazendo o que Vygotsky denominou como “aprendizagem absoluta”.
Este conceito se associa também ao cumprimento das exigências previstas nos
programas escolares, esperando que os alunos adquiram os conhecimentos e habilidades
que estão contidos nestes programas.
Sem
subestimar o valor que tem a análise desta aprendizagem absoluta em termos de
resultados, Vygotsky acrescenta a este juízo de valor o que ele chama de “aprendizagem
relativa”,
referindo-se aos progressos ou não do aprendiz com respeito a si mesmo, isto é,
a análise dos resultados obtidos em determinado momento de aprendizagem com os
resultados obtidos em outros momentos de aprendizagens pela própria criança. Leva
em consideração o conhecimento que cada aluno vai adquirindo considerando seu
nível de partida (diagnóstico inicial) e o curso do desenvolvimento de sua
atividade intelectual.
Vejamos então o seguinte exemplo:
Do ponto de vista da aprendizagem
absoluta, Pedro arrasou nas notas, teve o maior resultado, enquanto Luiz teve o
menor.
Enquanto isso, Anne e Lúcia se mantiveram em uma faixa aceitável. Mas
se pararmos para observar esse quadro com outros olhos, a partir do viés da
aprendizagem relativa, quem realmente aprendeu mais? Eu diria que foi Luiz, pois
podemos ver claramente o seu desenvolvimento de aprendizagem, indo de uma nota
ruim para uma nota excelente. Anne, por sua vez, foi quem menos aprendeu,
pois começou com um bom desemprenho que foi decaindo cada vez mais.
"Neste caso, quando se solicita para todos, algo igual, se todos
não são iguais, os resultados não podem ser iguais"
Partindo deste princípio, podemos ter graus diferentes de avaliação, o professor deve estar preocupado com o desempenho em questão de: ele está aprendendo melhor? Antes aprendia tão bem, mas agora as notas decaíram, o que será que aconteceu? O educador deve se preocupar com os fatores externos e internos que podem interferir na aprendizagem de seus alunos.
Vejamos então o quadro elaborado
por César Coll, onde se indica sucintamente como avaliar, quando avaliar e o
quê avaliar nas distintas modalidades avaliativas por ele denominadas avaliação
Inicial, Formativa e Somatória.
Por
hoje é isso galera, até semana que vem!🌸
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