Transtornos e Distúrbios de Aprendizagem

Caso desejem acompanhar melhor o nosso assunto de hoje, sugiro que leiam o livro Transtornos de Aprendizagem e Distúrbios de Aprendizagem em especial da página 36 a 73. Bora falar um pouco sobre esse assunto importantíssimo então. Primeiramente, eis as queixas mais apresentadas em crianças e adolescentes, mais relatadas pelos pais e mais ouvidas pelos professores:


Obs.: Qualquer semelhança com você mesmo ou alguém próximo, NÃO é mera coincidência 😉. Mas fique tranquilo, não são doenças, são apenas fases

Existem 2 tipos básicos de transtornos: transtornos de internalização (aspectos internos do desenvolvimento, associados a genética, neurológicos e etc.) e transtornos de externalização (bullying, depressão por menosprezo, violência, agressividade...). Mesmo que o transtorno seja por externalização, ele possui uma forte ligação com o internalizado, pois remete a lembranças, traumas e coisas que fazem com que o indivíduo aja de uma determinada forma.

"Sintomas" normais
  Ansiedade de separação a partir dos 6 meses (já não se acalma como antes, percebe-se choro excessivo, medo...)
  Angustia de separação aos 8 meses (começa a entender que a mãe não pertence a ela, que o pai não é só dela e que ela não pode controlar isso)
  Inquietação nos primeiros 3 anos de vida (não é hiperatividade, é normal, pois o cérebro está ativo, então a criança tende a ser agitada mesmo – interage, puxa a cortina, corre, quebra, rala o joelho e muito mais)
  Fase da "birra" de 1 ano até cerca de 5 anos (não vive mais em função do desejo, ela vê que o mundo tem regras e não responde mais a qualquer chorinho como antes, quando queria alguma coisa, chorava e ganhava)
  Amigos imaginários até 5/6 anos  
Diversos medos nas diferentes idades (quando entendem que as coisas são finitas passam a ter muito medo, medo dos pais morrerem ou sumirem, por exemplo)
• Sintomas compulsivos dos 8 aos 10 anos (associados a alimentação, interação com outras crianças, descobertas sexuais e etc.) 

Diferentes medos:  
↣ No final do período pré-escolar é normal certo medo do corpo ser machucado 
↣ No período escolar é usual o medo de ser reprovado ou zoado pelos colegas, medo do que vão pensar
↣ Conflitos ligados a independência e a preocupação com a aceitação social são habituais na adolescência 

Depressão em crianças existe sim! E seus principais sintomas são:
♦ Comportamento regressivo (9 anos com comportamento de 6, por exemplo, podendo até regredir na fala)
♦ Queixas somáticas (dores internas ou externas no corpo)
♦ Muitos medos (medo de conversar, de sair, dos pais morrem)
♦ Alterações no sono e no apetite (sono de menos ou de mais
♦ Anedonia = falta de prazer nas coisas (brincar, comer, sair, ir para escola)
♦ Irritabilidade/mau humor (circunstancias básicas deixam a criança muito irritada
 Piora no rendimento escolar 

Desatenção: 
• Envolve desorganização e falta de persistência
• A apresentação depende da faixa etária: 
⇝ em pré-escolares <
⇝ escolares < 10 minutos 
⇝ adolescentes < 30 minutos 
⇝ adultos: detalhes incompletos “eu fui em um lugar muito legal ontem, mas sei lá esquece não lembro muito o que tinha lá”, esquece compromissos, falta de antecipação e coisas como "pega tal coisa lá pra mim" daí o cara vai lá e pega uma coisa nada a ver, acontecem frequentemente
⇝ Motivação melhora a atenção (quanto melhor é o estimulo, melhor é a resposta) 

Hiperatividade
Refere-se a um excesso de movimentos (de atividades)
Em pré-escolares: como um "furacão" "essa criança é o capeta"
Escolares: inquietação quando se espera calma (no meio de um velório a criança não percebe o estado emocional do ambiente, era eu correndo com meus primos)
Adolescentes: bagunceiros (metem-se em encrencas
Adultos: sensação de inquietação

Impulsividade:
↣  Agir sem reflexão - incomoda os outros...
Pré-escolares: não escutam, não possuem senso de perigo (viu que se queimou, vai lá e queima de novo, fica repetindo uma ação deliberadamente)
Escolares: interrompem outras crianças, agem fora de hora, relaxados em seguir regras, intrusivos com os pares (isto é, não se relaciona bem com os colegas), e é muito propicio a acidentes
Adolescentes: pobre autocontrole, despreocupado em assumir riscos
Adultos: acidentes, toma decisões prematuras e precipitadas, impacientes.

TDAH 

De acordo com os critérios diagnósticos do DSM-IV, o TDAH é uma doença, e como tal, o principal tratamento é a medicalização.
• “Toda criança que apresenta dificuldades de atenção, que é hiperativa ou impulsiva, pode ser englobada na classe de TDAH. E passa a ser TDAH”. (Eidt e Tuleski, 2010)

A estrutura social e familiar foi modificada, antes era o que dava uma estabilidade a criança, mas infelizmente hoje em dia a relação com a família tem a tendência de levar a vários transtornos. O TDAH já existia, todavia, se intensificou nas últimas décadas por conta de toda essa mudança de mundo.

É importante ressaltar, que não é responsabilidade só do médico ver se a medicação está sendo eficaz ou não para a criança, é também de todos que convivem com a ela. O professor não deve diagnosticar ou tratar, mas pode dar e receber recomendações de acompanhamento. Um meio de realizar um possível diagnóstico é através do questionário SNAP – IV (lembrando que a confirmação do diagnóstico só pode ser dada por um profissional especializado nestes transtornos), o professor pode aplicar este questionário e pedir para que mais pessoas que convivem com a criança também o façam, para assim levar em consideração mais de um ponto de vista antes de ir buscar ajuda de um médico.

Sendo assim, seguem três documentos importante para vocês se aprofundarem mais no assunto: Artigo TDHA SNAP IV, Questionário SNAP IV e DSM V – Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.
• DSM V

Super recomendo a leitura de ambos, principalmente do DSM V, pois nele estão especificados outros diversos transtornos que não abordei neste post. Bom, por hoje é isso, bom estudo galera, beijos de luz!  





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